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Psicofisiologia da amamentação: produção e ejeção

A parte da ciência que se ocupa de todo o funcionamento da amamentação é a Psicofisiologia da Amamentação, e dominar todo o processo dessa engrenagem é pré-requisito fundamental para uma assistência à amamentação de excelência!


Prolactina, ocitocina, estímulos nervosos, hipotálamo, mamogênese, lactogênese, controle autócrino, endócrino, apojadura, FIL... ufa! Quanta coisa, não é mesmo?


A gente nem imagina, mas para acontecer, a amamentação depende de uma série de fatores complexos que envolvem aspectos psíquicos, neurais e endócrinos, e que juntos são capazes de fazer a ejeção do leite e a manutenção da lactação. Nunca é somente a ação isolada de um hormônio ou do sistema nervoso que faz com que a glândula mamária trabalhe com perfeição.


Quer entender melhor como funciona esse processo? Continue o texto abaixo.




Como funciona a produção do leite?


Tudo começa ainda na gravidez, quando é secretada a prolactina (hormônio responsável pela secreção do leite pelas células alveolares). No entanto, durante a gestação a secreção deste hormônio é inibida pela alta concentração de estrogênio e progesterona.


Quando acontece o nascimento da criança e a remoção da placenta, a concentração desses hormônios diminui rapidamente. Assim, o efeito inibitório cessa, e a prolactina pode promover a secreção do leite pelas células secretoras das glândulas mamárias.


Após cair na corrente sanguínea, a prolactina chega aos alvéolos mamários, células localizadas no interior dos seios que se parecem com pequenos cachos de uva. É lá que o leite é produzido.


E a ejeção?

Após a produção do leite, ele flui para os chamados ductos lactíferos, uma pequena rede de canais por onde ele irá trafegar no interior da mama.


Estes ductos ramificam-se em canais menores e terminam em pequenas estruturas chamadas lóbulos. De lá ele flui para a boquinha do bebê por meio dos furinhos (orifícios) localizados ao redor do bico do peito da mãe.


Mas, se você pensa que só o esforço da criança é o suficiente para o leite sair está muito enganado! Nesse momento ocorre um processo neuro-hormonal conhecido como "reflexo de ejeção" ou "de descida" do leite.


Esse processo tem início entre um e cinco minutos após o bebê começar a mamar. Ao sugar o peito da mãe, ele estimula as terminações nervosas do mamilo que irão percorrer o corpo da mulher até a glândula hipófise posterior ou neuro-hopófise.


A tal glândula entra em ação novamente, produzindo outro hormônio: a ocitocina (também conhecida como o "hormônio do amor"). Essa por sua vez, também cai na corrente sanguínea e chega às mamas.


A sua missão é produzir contrações em pequenos músculos que circulam os alvéolos (células mioepiteliais), onde o leite está estocado, fazendo com que ele flua para o mamilo. Enquanto isso, a prolactina continua agindo e mais leite é "fabricado" pela mãe.


Se o reflexo de ejeção não funcionar, o bebê não conseguirá ingerir a quantidade de leite suficiente. Por isso, na hora de amamentar, a mãe precisa estar calma, tranquila e confiante. Se alguma preocupação ou mal-estar a incomodar, a "fábrica" ficará prejudicada.


Por outro lado, em uma amamentação tranquila e sadia, há o condicionamento do reflexo, bastando a mãe tocar, ouvir ou mesmo pensar sobre o seu bebê que ocorre a “descida” do leite.


Viu como amamentar vai muito além da teoria? Para o sucesso dessa jornada há necessidade da combinação de reflexos neuroendócrinos com o bem-estar e com o aprendizado da mãe e do bebê. Somente assim serão aproveitadas todas as vantagens da amamentação!

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