O desmame precoce é uma realidade no Brasil e acontece por diversos fatores, desde a falta de uma rede de apoio até as ações da indústria do leite.
De acordo com dados do ENANI 2019, no Brasil, a prevalência da amamentação exclusiva em menores de 6 meses foi de apenas 45,8%.
Já a prevalência de aleitamento prolongado no primeiro ano de vida foi de 43,6%. No total, a duração mediana de amamentação exclusiva no país não passa de 3 meses.
Muito além de fatores culturais
Além dos fatores culturais que colaboram para o desmame precoce, como a introdução de outros leites na alimentação da criança, a falta de uma rede de apoio e da divisão da carga de trabalho são alguns dos principais motivos para que isso ocorra.
A cultura do desmame também aparece em várias esferas da sociedade e se apresenta de múltiplas formas. No imaginário popular, quando familiares afirmam que o “leite secou”, “virou água” ou que “é feio criança grande mamar no peito”.
Ela está impregnada no dia a dia social e podemos ver isso quando uma gestante é presenteada com mamadeiras e chupetas no chá de bebê, quando as propagandas de dia das mães/pais em que mostram os bebês sendo alimentados com mamadeira, quando dizem que o seio vai ficar caído por amamentar.
Tem salvação?
Ainda que o cenário pareça pouco animador, muito se tem feito nos últimos 30 anos e devemos à melhora dos índices de aleitamento materno a todas as iniciativas de incentivo à Amamentação.
Devemos também às milhares de profissionais, que assim como eu, trabalham em prol do aleitamento.
Por isso, que possamos seguir firme no propósito de ser referência de informação e acolhimento para muitas famílias!
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